Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, ainda em contexto de pandemia, uma discussão vem à tona: o aumento da produção de lixo doméstico e também de plásticos e outros objetos cujo uso aumentou drasticamente em virtude das medidas de combate à Covid-19.
O crescimento do volume de lixo formado por máscaras, luvas e outros EPIs descartáveis preocupa especialistas e ambientalistas e já afeta animais, como peixes, por exemplo. Considerando que os produtos feitos de plástico podem ser fatais para a vida selvagem, as projeções tornam-se preocupantes.
Um estudo da publicação Environmental Science & Technology, de junho de 2020, divulgado pela National Geographic Brasil em abril deste ano, estima que as instalações de saúde do mundo todo utilizam 129 bilhões de máscaras e 65 bilhões de luvas por mês, a maioria descartáveis.
Além disso, a pandemia também aumentou a demanda por plásticos descartáveis, como talheres em pedidos de comida por delivery. Um estudo de outubro de 2020 da Science Advances, também divulgado pela National, estimou que o mundo gera cerca de 1,76 milhão de toneladas de lixo plástico por dia durante a pandemia.
Lixo doméstico
Com o isolamento social e o home office, o volume de lixo produzido nas residências aumentou. De acordo com o que apurou o Diário de Pernambuco, em reportagem de abril deste ano, a geração de resíduo domiciliar cresceu em mais de 10% e deve chegar a aproximadamente 25% ou mais. Os dados são da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
O descarte correto dos resíduos deve separar o que é reciclável, lixo comum e resíduo tóxico. Papel, alumínio, plástico, vidro e orgânicos devem estar à parte. Os lixos orgânicos podem ser usados para compostagem ou encaminhados para aterros em sacolas biodegradáveis. já os recicláveis devem ser higienizados, embalados e destinados ao local correto.
O descarte incorreto do plástico, um vilão do meio ambiente, pode causar muitos prejuízos. Além disso, pilhas, baterias e outros equipamentos compostos por elementos químicos podem causar grande contaminação no solo. Dessa forma, precisam ser levados aos centros de coleta apropriados.
Lixo nas praias do RN
Em abril deste ano, parte do litoral sul e leste potiguar registrou o aparecimento de grandes quantidades de lixo. Ao todo, sete municípios e 21 praias foram atingidos por 49,1 toneladas de resíduos sólidos.
No mês passado, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema) concluiu e enviou ao Ministério Público Federal (MPF) um relatório apontando cinco hipóteses: retenção de resíduos em rios e estuários; despejo por alguma empresa que trabalha com coleta de resíduos, propositadamente ou não; últimas chuvas e situações de alagamentos em PE ou outros estados e possível embarcação que tenha realizado despejo acidental ou não.
O relatório apontou que havia adesivos de campanhas políticas de candidatos de Recife, uma mochila com identificação da rede de educação estadual de PE, um título de eleitor do município de Recife e etiquetas de serviços de saúde pernambucanos. Resíduos hospitalares como seringas e tubos para amostra de sangue também foram encontrados.