I Colóquio de Formação Profissional discute desafios da atual conjuntura

Os efeitos da atual conjuntura do país na formação profissional de assistentes sociais foram debatidos na noite desta segunda (26), no I Colóquio de Formação Profissional do Conselho Regional de Serviço Social do RN (Cress/RN). O evento aconteceu no auditório da Biblioteca Central Zila Mamede, na UFRN, e foi uma iniciativa da Comissão de Formação Profissional.

O evento contou com a contribuição das professoras Daniela Neves (UFRN; vice-presidenta do CFESS) e Larisse Rodrigues (UFRN), da assistente social Ana Carolina Galvão (Casa Renascer) e da estudante Giovanna Nascimento (Uninassau), que debateram questões que permeiam os desafios atuais para uma formação profissional em sintonia com o projeto ético-político da profissão e que se transforme em resistência frente ao atual contexto de perda de direitos e precarização do trabalho.

A professora Larisse Rodrigues afirmou que este tem sido um “debate caro e central” em sua pesquisa e militância, desde o movimento estudantil. “Vivemos um aprofundamento das condições de exploração da classe trabalhadora, um avanço da extrema-direita em muitos lugares do mundo”, avaliou. “Como alguns autores dizem, trata-se de um retrocesso civilizatório, impondo a criminalização da pobreza e a negação dos direitos humanos”.

Para Daniela Neves, a ampliação do ensino privado e da modalidade à distância têm, nos últimos anos, interferido na qualidade da formação. Ela criticou a proposta da “Escola sem partido” e os ataques à democracia na atual conjuntura, tentando cercear o pensamento crítico de estudantes e futuros profissionais. “O contexto em que estamos reflete diretamente também nas nossas condições de trabalho e na precarização dele”, observou.

Em sua fala, a assistente social Ana Carolina Galvão ressaltou o papel de transformação social do Cedeca Casa Renascer e os rebatimentos da atual conjuntura na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes. “Enfrentamos ataques à qualidade da formação profissional, principalmente em relação aos direitos humanos, o que requer de nós estratégias para falar aquilo que tem que ser debatido”, disse. “Existe muito estigma em torno da saúde reprodutiva e sexual de adolescentes”, completou.

A estudante Giovanna Nascimento analisou que os cortes na área da Assistência Social têm aumentado as demandas por parte de usuárias/os, que estão na informalidade e procurando cada vez mais os programas sociais. “Isso tem rebatimento direto no nosso fazer profissional, onde muitas vezes temos que escolher quem vai receber o benefício e dar uma negativa a pessoas que também precisam de auxílio”, afirmou.

O I Colóquio de Formação Profissional contou com a participação das conselheiras Kamylla Queiroz e Angely Cunha, que fazem parte da Comissão de Formação Profissional do Cress/RN, e também da assistente social Anna Luiza Liberato, que coordenou os trabalhos da mesa. Para saber mais e participar da comissão, envie um e-mail para formacaoprofissional@cressrn.org.br ou ligue para 3222.0886, entre 12h e 18h.

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