No Dia da Consciência Negra, na terça-feira (20), o Conselho Regional de Serviço Social do RN (Cress/RN) promoveu, em alusão à data, o debate “Povo negro vivo é povo forte”, na Universidade Federal do RN (UFRN). Na ocasião, também foi lançada a campanha de gestão do Conjunto CFESS-Cress “Assistentes sociais no combate ao racismo”.
A atividade contou com a mesa inicial formada pelos/as assistentes sociais Michael Dantas, Karol Silva (conselheiras/os do Cress/RN) e Daniela Neves (conselheira do CFESS) e a psicóloga Luana Cabral (CRDH-UFRN), que falaram sobre o racismo presente em todos os espaços e também da importância da campanha do Conjunto CFESS-Cress. O debate foi conduzido pelas/os assistentes sociais Cristina Dias e João Paulo Diogo.
Para Cristina Dias, a/o assistente social enfrenta cotidianamente nos espaços de trabalho um racismo naturalizado. Ela fez um panorama sobre o regime escravocrata pelo qual passaram o Nordeste e o Brasil e ressaltou que, desde esse tempo, o negro sustenta o capital, sem usufruir do que produz. “As relações se modernizaram, mas continuam desiguais”, analisou.
“Nossa história é uma história de resistência que tentam apagar, que é negada”, criticou a assistente social. Ela falou, ainda, sobre intolerância religiosa e sobre os alarmantes números da violência que vitima e mata o povo negro, sobretudo jovens e mulheres. “Precisamos que o Estado não invisibilize essa situação e efetive políticas de enfrentamento”.
Resistência
O assistente social João Paulo Diogo tem no racismo alvo constante de luta. “Vocês sabem a importância do RG, que é concretamente o seu dispositivo de humanidade. Sem ele, você é um ente matável”, disse, referindo-se às abordagens policiais principalmente nas periferias. “Ainda hoje, as corporações militares formam os praças e oficiais para terem como alvo principal os negros”, criticou.