Encerrando o nosso ciclo de entrevistas especiais do mês de maio, em celebração ao Dia do/a Assistente Social, trazemos o último bate-papo, sobre o Serviço Social no Sociojurídico, com Suzanny Cavalcante, 35 anos.
A assistente social é servidora pública lotada no Ministério Público do RN (MPRN) e é mestra em Serviço Social pela Universidade Federal do RN (UFRN).
“Vivenciamos uma retração de direitos, refilantropização das políticas sociais, redução do Estado, entre outras questões, que afetam direta e indiretamente nossos espaços sociocupacionais e nosso trabalho cotidiano com os sujeitos sociais”, analisa.
Confira a entrevista na íntegra
CR: Como começou sua relação com o Serviço Social?
SC: Minha relação com a profissão iniciou no período da minha juventude. Como toda jovem que quer definir uma profissão, eu desejava uma que me trouxesse uma vida confortável, rompendo com as limitações sociais e econômicas vivenciadas pela minha família. Meu primeiro contato foi com uma profissional de Serviço Social e grande amiga da família, que na época conversou comigo sobre suas expectativas e deslumbres com essa profissão crítica, demonstrando-me uma concepção totalmente diferente daquelas conhecidas pelo senso comum.
CR: Quais os principais desafios que você enxerga, hoje, na sua área de atuação?
SC: A conjuntura atual tem fortes implicações no nosso cotidiano profissional, e os desafios profissionais decorrem justamente dessas mudanças societárias, como a precarização das relações trabalhistas, diminuição dos concursos públicos no Serviço Social, divergências salariais (recorte de gênero), exigência de profissionais polivalentes, o não cumprimento da Lei nº 8662/1993, no que concerne às 30h, entre outros. Aliado a isso, vivenciamos uma retração de direitos, refilantropização das políticas sociais, redução do Estado, entre outras questões, que afetam direta e indiretamente nossos espaços sociocupacionais e nosso trabalho cotidiano com os sujeitos sociais.
CR: Como você analisa a importância do Cress para a categoria e as lutas da profissão?
SC: Na minha concepção, para além do que está exposto no regramento jurídico, o Cress é um espaço de participação, de luta política e de direitos da categoria. Mas é também de defesa dos direitos da sociedade, consubstanciado ao projeto ético-político, norteado pela teoria marxiana e marxista, com uma direção política bem definida: luta por uma nova sociabilidade, objetivando a emancipação humana e política.
CR: O que você deseja para a categoria nesse 15 de maio?
SC: Desejo CORAGEM e ESPERANÇA para continuar na luta neste tempo de barbárie social e política!