Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas idosas no Brasil cresceu. Nos últimos anos, aumentou de 9,1% para 11,3% do total da população, no período de 1999 a 2009.
De acordo com projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), o período de 1975 a 2025 será o da era do envelhecimento, já que se espera a população idosa no Brasil cresça 16 vezes nesse período, colocando o país no ranking da sexta população idosa do mundo, ou seja, mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.
No entanto, no Brasil, apesar dos significativos avanços garantidos pelo Estatuto do Idoso, promulgado em 2003, a pessoa idosa é vitima de várias formas de violência, como a negligência, a discriminação, a crueldade e a opressão. E muitas vezes, o número de ocorrências de violência contra a pessoa idosa é subnotificada. O Disque 100, serviço de atendimento telefônico gratuito que registra os mais diversos tipos de queixas de violação aos direitos humanos e que funciona 24 horas por dia, recebe, em média, 125 denúncias de violência praticada contra a pessoa idosa em todo o país, ou cinco por hora.
Segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), pouco mais de 70% das pessoas suspeitas denunciadas têm parentesco direto com a vítima. São irmãos ou irmãs, netos e netas, mulheres ou maridos etc. Mas na assustadora maioria dos casos, ou seja, mais de 50%, a violência vem dos próprios filhos e filhas. E em mais de 70% das denúncias, o ataque acontece na própria residência da pessoa idosa.
Quase duas de cada três vítimas (64,74%) são mulheres. Mais de 47% possuem algum tipo de deficiência física. Já o perfil da pessoa suspeita é bastante equilibrado: 43% são mulheres e 41%, homens. Ainda segundo a SDH, a maioria dos agressores e agressoras (36,21%) tem entre 25 e 45 anos.
Os tipos de violência denunciados com mais frequência são de negligência (75,07%), psicológica (56,06%) e de abuso financeiro e econômico (45,48%). Denúncias de violência física somam 28,03%. A Secretaria esclarece que uma mesma denúncia pode englobar mais de um tipo de violência. Tais formas de opressão são produzidas e se reproduzem cotidianamente e violam direitos humanos e sociais.
Nesse sentido, e se pautando no trabalho cotidiano de assistentes sociais com a população idosa, o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) une-se, neste dia 15 de junho, Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, à luta pela formação de uma cultura antiviolência e pelo efetivo enfrentamento à violação de direitos de idosos e idosas.
Reafirmamos o compromisso ético político da categoria de assistentes sociais com a defesa intransigente dos direitos da pessoa idosa.
*Fonte: CFESS