A marcha unificada que mobilizou mais de 20 mil pessoas, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na última quarta-feira (24), mostrou que a luta se faz nas ruas.
Em protesto à política econômica do Governo Federal, movimentos sociais, centrais sindicais e entidades diversas reuniram trabalhadores, trabalhadoras e estudantes, em um ato político que merece registro na história da esquerda brasileira. Afinal, numa conjuntura em que o Estado tem retirado direitos, a luta e resistência populares demonstraram que a classe trabalhadora não recuará na defesa de uma outra sociedade, justa e igualitária.
A critica à precarização do trabalho, o grito pelo fim do Fator Previdenciário, a defesa da Reforma Agrária, da moradia digna, da educação e saúde públicas, o não à violência e criminalização dos povos indígenas, quilombolas e dos movimentos sociais, e as denúncias de opressão e discriminação deram o tom da marcha, que terminou em frente ao Congresso Nacional, com um “beijaço” do movimento LGBT contra a permanência do parlamentar Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
“Basta de ataques à classe trabalhadora! Chega de entregar dinheiro ao empresariado! Mais verbas para a saúde, educação e reforma agrária!”, estava escrito nas bandeiras que puxavam a marcha.
Assistentes sociais e estudantes de Serviço Social de diversos estados brasileiros se juntaram à mobilização, além de conselheiras do CFESS e de vários CRESS, e representantes da ABEPSS e da ENESSO. “Foi um momento marcante para mostrarmos que o Serviço Social segue firme na luta”, relembrou a presidente do CFESS, Sâmya Ramos.
Durante a marcha, além de adesivos da campanha Sem Movimento Não Há Liberdade, o CFESS distribuiu o material alusivo às comemorações do Dia do/a Assistente Social. Com o tema Serviço Social na luta contra a exploração do trabalho, as peças elaboradas se encaixaram bem àquele contexto.
Entretanto, um fato ocorrido durante a marcha causou revolta de várias pessoas que ficaram até o final da mobilização. Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) chegaram a ser detidos/as pela Polícia do Congresso Nacional, porque tentaram pendurar a bandeira LGBT em uma das janelas do prédio.
Atividades durante todo o dia
Enquanto as centrais sindicais se reuniam com a Secretaria Geral da Presidência da Republica para cobrar resposta da pauta de reivindicações entregue anteriormente, outras atividades ocorreram em vários ministérios e no Congresso Nacional. E o CFESS participou de algumas delas.
Em frente ao Ministério da Educação, o Conselho Federal se juntou ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e à Frente Nacional contra a Privatização da Saúde para retomar as pautas da greve da Educação de 2012, como a luta por melhores condições de trabalho para profissionais da área, e para criticar a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para gerir os hospitais universitários brasileiros.
“Estamos aqui para consolidar a unidade na defesa pela educação pública, presencial e de qualidade”, afirmou Juliana Melim, coordenadora da Comissão de Formação Profissional do CFESS. Na oportunidade, ela ainda reiterou o apoio do Conselho Federal à luta pelos 10% do PIB para a Educação.
A assistente social e diretora do Andes-SN, Marina Barbosa, apresentou o dossiê nacional sobre a precarização das condições de trabalho nas universidades brasileiras.
Em seguida, a representante da Frente contra a Privatização da Saúde, Morena Marques, protocolou no Ministério da Educação o manifesto contra a EBSERH, além do abaixo-assinado que já reúne quase 7 mil assinaturas contra a transferência dos Hospitais Universitários à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
*Fonte: CFESS