A mobilização que levou mais de 100 mil pessoas nesta quarta-feira (24) à Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), poderia ser resumida pela arte da campanha do Dia do/a Assistente Social deste ano, que traz o mote “Na luta de classes não há empate”.
De um lado a população aguerrida, lutando bravamente por seus direitos; de outro, um gigantesco aparato policial e militar repressor a serviço das classes dominantes, empenhadas em dar continuidade ao acelerado conjunto de contrarreformas em curso.
As recentes denúncias que envolvem o ilegítimo presidente Temer e seus principais aliados políticos deram mais fôlego para levar às ruas centrais sindicais, movimentos sociais e outros/as trabalhadores/as, além da juventude brasileira. Sob os motes de Fora Temer e Diretas Já!, o ocupa Brasília foi uma das mobilizações populares mais significativas dos últimos anos e foi marcada pela unidade entre setores da esquerda.
Entretanto, a resposta do governo foi também uma das mais violentas da história do país, retomando os tempos sombrios da ditadura civil-militar no Brasil. A Polícia Militar e a Tropa de Choque usaram a cavalaria, centenas de bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, balas de borracha e, para piorar, houve registros de uso de arma de fogo. Mais de cinquenta pessoas ficaram feridas.
E para oficializar a repressão, o ilegítimo Temer ainda assinou no fim do dia um decreto autorizando a ocupação de Brasília pelas Forças Armadas, deixando o clima ainda mais tenso. Na manhã de quinta (25/5) o governo recuou e revogou o decreto.
O discurso de uso de violência policial para conter o vandalismo precisa ser combatido. Com forças desproporcionais, sobrou repressão por parte da polícia. E quem comete vandalismo é o governo, que massacra a classe trabalhadora impondo medidas que retiram direitos.
“O Ocupa Brasília foi uma demonstração da importância da unidade de classe para as/os trabalhadoras/es contra esse governo ilegítimo e suas regressivas investidas de desmonte dos direitos da população. É preciso reforçar a campanha do Dia do/a Assistente Social, na luta de classes não há empate! Por isso, temos que dizer não para as medidas propostas pelo governo”, afirmou Mariana Furtado, conselheira do CFESS que participou do ato.
A conselheira Joseane Rotatori também estava na mobilização e foi enfática ao descrever o ato: “o dia 24 de maio significou um dia histórico para os movimentos sociais brasileiros, principalmente pela sua pauta unificada! O fato de vermos várias assistentes sociais participando demonstra o compromisso da categoria com a defesa intransigente dos direitos sociais e contra qualquer tipo de contrarreforma implementada por esse governo golpista, que não medirá esforços para aprovar o desmonte dos direitos sociais”, concluiu.
Assistentes sociais e estudantes de Serviço Social deram força pra mobilização. “Nossa categoria, desde a reconceituação da profissão, nunca fugiu à luta. Temos mostrado a quem o Serviço Social serve, que é a classe trabalhadora. E estamos demonstrando nossa insatisfação contra um governo das elites para as elites e que se monstra insustentável. Por isso, viemos aqui mostrar nossa insatisfação contra as propostas de regressão de direitos. Sem população nas ruas, as coisas vão continuar como estão!”, alertou a assistente social e professora da UnB, Priscilla Maia.
Assim como as outras pessoas que estava no protesto, as assistentes sociais também foram atingidas pelas bombas de gás lacrimogênio da polícia militar.
O CFESS reafirma seu posicionamento, conforme nota divulgada em 23 de maio: A população brasileira tem o direito de escolher quem irá governar o país! Não deixaremos essa escolha nas mãos de um Congresso conservador, retrógrado e comprometido com a retirada de direitos da classe trabalhadora! Eleições Diretas já!
Fonte: CFESS