Conheça a atuação do Serviço Social no Ambulatório LGBTT+ e Centro LGBT

Você conhece o trabalho do Centro LGBT em Natal e Ambulatório LGBTT+ em Mossoró? Neste Dia Internacional contra a LGBTfobia, 17 de maio, vamos mostrar a importância do Serviço Social nos dois espaços para o acolhimento e viabilização da garantia de direitos.

O CRESS-RN conversou com os assistentes sociais Michael Dantas e Letícia Dantas, que atuam respectivamente em Natal e Mossoró, e ouviu sobre os principais desafios deste trabalho na atualidade.

No Centro LGBT, gerido pela Prefeitura de Natal, o atendimento é direcionado ao público LGBT e suas famílias que residem na capital e encontram-se em situação de vulnerabilidade social e/ou violência motivada por LGBTfobia.

Além do acompanhamento psicossocial, um dos serviços ofertados é o Observatório LGBT, que desenvolve o trabalho de mapear esta população e as violências a que são submetidas no território municipal.

O Ambulatório LGBTT+ funciona na Faculdade de enfermagem da Universidade Estadual do RN (UERN), sendo uma iniciativa acadêmica em parceria com coletivos como o CRDH, Amélias e outros, além da comunidade em geral.

Neste período de pandemia, funciona quinzenalmente às quartas-feiras, no turno da noite. Conta com um atendimento humanizado e especializado para o público, com atividades coletivas e consultas individuais, momentos de socialização e educação em saúde, além de orientações jurídicas.

“Desde sua gênese, destaca-se a importância do Serviço Social para articular estratégias, para a aproximação junto aos coletivos e para pensar em uma perspectiva de atendimento que respeite as diversidades e particularidades de cada indivíduo”, explica Letícia.

Na foto, Letícia Dantas.

“Trazemos valores presentes em nossa formação, como respeito, equidade, liberdade, defesa dos direitos humanos e da justiça social”, continua a profissional. “Nosso empenho é pela eliminação de todas as formas de preconceito”.

Michael explica que, no Centro LGBT, as/os assistentes sociais são responsáveis, em conjunto com as/os psicólogas/os, por lançar um olhar interdisciplinar, pelo acompanhamento no sentido da garantia de direitos, fortalecimento de vínculos e superação das situações de violência LGBTfóbica.

“Além da escuta qualificada, encaminhamentos para a rede de garantia de direitos nas mais diversas áreas, orientações socioassistenciais etc., desenvolvemos um importante papel educativo e de suporte às instituições, públicas e privadas, na disseminação dos debates em torno da diversidade sexual e de gênero”, destaca.

Na foto, Michael Dantas.

Desafios atuais

“O atual contexto apresenta diversos desafios à vida da população brasileira em geral e especialmente à LGBT, em razão das violências LGBTfóbicas, que têm tanto os indivíduos quanto o próprio Estado como agressores”, analisa Michael.

“O trabalho no Centro LGBT oportuniza um olhar especial sobre a realidade da população LGBT neste contexto e tem nos despertado para alguns fatores”, diz o assistente social.

Para Michael, a necessidade do isolamento social põe luz à realidade de violações a que esta população está submetida nos mais diversos espaços, desde o privado, no âmbito das famílias, até a rua, com a necessidade de sair para trabalhar e se expor ao vírus e às violências.

“Contraditoriamente, é o contexto em que mais conquistamos alguns direitos historicamente reivindicados, como a criminalização da LGBTfobia, a alteração do nome e gênero no registro de nascimento sem a necessidade de judicialização, direito ao nome social e a criação de serviços como o Centro LGBT”, afirma.

Letícia lembra que o atual governo federal não reconhece a diversidade e a necessidade de uma atuação na busca por equidade em questões que envolvem a justiça social. “Uma linha de cuidado bastante afetada e que vem tendo seus direitos negados é a população LGBTT+”, diz.

“Não é hora de parar. É importante reconhecer as conquistas que vêm acontecendo, principalmente em nível estadual, mas é importante também lembrar que sem lutas não existe conquistas ao povo”.

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