O desemprego e a exclusão do mercado de trabalho atingem, principalmente, pessoas negras. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, com dados regionais divulgados na última sexta (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), das 13 milhões de pessoas desempregadas no país, 8,3 milhões (63,7%) são negras.
Além disso, segundo a mesma pesquisa, entre a população ocupada, o rendimento de trabalhadores e trabalhadoras negras foi de R$1.531, enquanto o dos brancos era de R$2.757.
“O racismo está na base da formação do capitalismo brasileiro e os/as negros/as representam o setor mais explorado, sem contar seu peso numérico”, afirma o CFESS Manifesta lançado nesta segunda-feira, 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.
O documento critica o mito da “democracia racial” no país, afirmando que no Brasil o racismo é institucionalizado pelo Estado, pelos governos e pela burguesia brasileira. “Após 400 anos de escravidão, negros e negras ingressam no mundo do trabalho assalariado predominantemente nos serviços mais pesados e precarizados, com salários inferiores, expostos às piores condições de vida e de trabalho. Consequentemente é essa parcela da população que se encontra imersa em todo tipo de violência, como moradias precárias, transportes públicos sem qualidade, falta de acesso à saúde, à educação e outros direitos e serviços”, diz outro trecho do texto, que ressalta que é fato o aumento do racismo na sociedade brasileira e que a pobreza tem cor.
O CFESS Manifesta ainda destaca a campanha nacional aprovada no último 46º Encontro Nacional, realizado em setembro de 2017, com o tema “Assistentes sociais no combate ao racismo”.
“Afirmamos que combater o racismo também é uma tarefa colocada aos/às assistentes sociais no seu cotidiano, em que tantas expressões dessa ideologia se naturalizam por meio do ambiente institucional”.
Quebrar correntes, resistir, desafiar, lutar, sentir, amar… É pra ter orgulho, é coisa de preto e preta!
*Fonte: CFESS