Debate sobre ética e sigilo profissional marca 2º dia da Semana do/a Assistente Social

No Dia do/a Assistente Social, estudantes e profissionais se encontraram no auditório do Sinsenat, Centro de Natal, para debater sobre ética e sigilo profissional. A atividade, realizada na tarde desta terça-feira (15), foi a segunda da programação da Semana do/a Assistente Social organizada pelo Cress/RN.

As assistentes sociais Lizete Vidal e Annamaria Araújo debateram sobre ética e sigilo profissional, respectivamente, provocando reflexões importantes na categoria, sobre a atuação profissional em consonância com o projeto ético-político e os rebatimentos da atual conjuntura no cotidiano de trabalho e atendimento aos/às usuários/as das políticas.

Ética e emancipação

Lizete fez uma reflexão sobre o surgimento do debate ético no Serviço Social, na década de 1990, mas ponderou que ele não anulou discussões anteriores, que culminaram na construção dos Códigos de Ética mais antigos. Também observou que, embora muitos/as profissionais afirmem conhecer o conjunto de normas, os Cress continuam recebendo diversas denúncias éticas.

“Como bem afirma Mirla Cisne, não se transforma a realidade no campo das ideias, mas na ação concreta”, citou Lizete. Ela completou falando da necessidade de se intervir no âmbito ético-político de forma consciente.

“Se formos nos debruçar na busca dos fundamentos sociais e históricos da ética, iremos nos deparar com uma categoria central, que é o trabalho. Isso porque o desenvolvimento das capacidades humanas não se dá sem a relação do homem com a natureza, do homem com outros homens e do homem com ele mesmo e a sua consciência”, ressaltou a profissional.

Para ela, o Código de Ética Profissional aponta para a emancipação humana, o que parece uma tarefa inviável em uma sociedade de classes, onde os valores e princípios construídos são antagônicos a essa liberdade.

“Se não estamos tomando decisões no nosso cotidiano profissional que possibilitem a defesa intransigente dos direitos humanos e recusando o autoritarismo, para onde tem caminhado o nosso fazer profissional?”, questionou.

Sigilo profissional

Em sua fala, Annamaria iniciou refletindo sobre a necessidade da categoria se manter no debate político atual. “Com essa tsunami, precisamos fortalecer ainda mais a aliança com a classe trabalhadora”, alertou.

Ela questionou até que ponto a adesão ao projeto ético-político profissional é apenas formal ou se faz na prática. E acrescentou que o sigilo profissional não é isolado, mas uma dimensão da ética.

Annamaria levou a uma reflexão sobre a postura profissional do/a assistente social, se está procurando conhecer contextos ou invadir privacidades. “Precisamos possibilitar a inserção da proteção social e não reproduzir a ótica de um Estado repressor”, disse. Para ela, a moralização da questão social tem rebatimento direto no exercício profissional.

A presidenta do Cress/RN, Luana Soares, saudou, em nome da gestão, os/as presentes, parabenizando pela data e convocando a uma maior participação no Conselho, pelos desafios cotidianamente impostos à categoria. “Não podemos nos acomodar, precisamos estar fortalecidas para enfrentar os desmontes”, disse.

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