A conferência “Desmonte de direitos e ofensiva neoconservadora: desafios ao Serviço Social na atual conjuntura”, na terça-feira (29), trouxe à programação do Mês da/o Assistente Social o professor Marcelo Sitcovsky (UFPB) para fazer uma análise das tendências atuais. O evento foi uma parceria com o Seminário de Pesquisa do CSSA, na UFRN.
Para o professor, o desmonte de direitos afeta os indivíduos como estudantes, pesquisadores, profissionais e pessoas. Ele levantou, inicialmente, duas questões que situam a crise atravessada hoje, com desdobramentos econômicos, sociais e políticos: as disputas comerciais entre EUA e China e a tensão na América Latina, particularmente a tentativa de golpe na Venezuela. “São duas expressões de disputa imperialista”, afirmou.
Marcelo recuperou também o significado das crises no capitalismo, inclusive como primordiais para a manutenção do sistema. “A anarquia das produções, a queda das taxas de lucro e o subconsumo das massas são elementos fundantes”, observou. “Uma crise tem gatilhos, mas estes não são causas dela”, afirmou, ao falar sobre aspectos da situação atual do país.
Em sua fala, ele destacou, ainda, a composição do fundo público no Brasil e suas caracteríticas muito regressivas, com a classe trabalhadora sendo a que mais contribui. “Isso tem permitido uma exploração tributária e uma apropriação desse fundo”, observou, relacionando a questão com o ataque às políticas sociais.
“No atual governo, não há uma medida que possa ser uma esperança pro povo de saída da crise”, disse. “A reforma da Previdência, por exemplo, não vai tirar o país da crise”, criticou Marcelo. Ele também citou o ataque às liberdades, as investidas contra as universidades e a necessidade de fazer a disputa nas ruas. “Os desafios do Serviço Social passam por aí e precisamos manter a resistência e estar presente nas lutas que estão sendo animadas pelo país”.