Ética em Movimento conclui a 12ª edição do curso para agentes multiplicadores/as

O debate da ética e dos direitos humanos já está incorporado à agenda de lutas e atividades do serviço social brasileiro. O curso Ética para Agentes Multiplicadores/as, do Projeto Ética em Movimento do CFESS, é um exemplo disso. A 12ª edição do curso terminou neste sábado, 16 de novembro, em Brasília (DF), e reuniu 31 participantes, dentre conselheiros/as dos CRESS e Seccionais, agentes fiscais e assistentes sociais de base.

O curso tem entre seus objetivos a apreensão de valores emancipatórios pelos/as participantes, para o enfrentamento das várias formas de violação de direitos e para materialização e  fortalecimento do projeto ético-politico na atuação profissional.  Em 2013, o Projeto Ética em Movimento completa 13 anos de existência. A coordenadora da Comissão de Ética e Direitos Humanos do Conselho Federal, Marylucia Mesquita, avalia a importância dessa iniciativa para o Conjunto CFESS-CRESS.
“A 12ª edição do curso confirma sua relevância, pois, ao provocar a sensibilidade ética dos sujeitos profissionais que lidam cotidianamente com a violação de direitos como violência, convida corações e mentes a se despirem dos preconceitos, das armaduras do conservadorismo e do atalho imediatista que permeia o exercício profissional. Não é demais lembrar que, em tempos de barbárie sob o capital, torna-se imprescindível reafirmar princípios e valores no horizonte da emancipação humana, bem como reconhecer e fortalecer as conquistas históricas dos movimentos sociais comprometidos com uma ordem anticapitalista, não patriarcal, antirracista e não heterossexista. Afinal, sem movimento não há liberdade! Pois vivemos em ‘tempos de dizer que não são tempos de calar’, como nos lembra Mauro Iasi”, explica Marylucia Mesquita.
Estruturado em quatro módulos, com aulas expositivas, apresentação de filmes e trabalhos em grupo, o curso teve início no dia 9 de novembro com os debates sobre Ética e Sociedade, módulo ministrado pela professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Lúcia Barroco. Ela explica que o módulo fornece uma reflexão sobre os valores e sobre o comportamento ético-moral dos homens e das mulheres, propiciando a compreensão crítica da vida cotidiana. “O curso incentiva a reflexão teórica, exercita a indagação crítica acerca dos valores éticos, propiciando uma aproximação entre a vida social e profissional; entre o cotidiano e a sua suspensão. Capacita para uma intervenção ético-política criativa e compromissada com os direitos humanos, a liberdade e a emancipação”, afirma a professora.
Em continuidade, a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Cristina Brites, foi a responsável pelo módulo Ética e Práxis Profissional. “A realidade social é dinâmica e contraditória; portanto, o Ética em Movimento contribui para abordagens críticas e reflexões coletivas diante das formas particulares de violação de direitos e de desumanização, presentes na realidade social e profissional. Ele contribui para fortalecer a atuação profissional na direção social do projeto ético-político do serviço social, respondendo especialmente à exigência ética do investimento na formação permanente como parte da competência profissional”, explica Brites.
Direitos Humanos
Nesta 12ª edição do Curso, Cristina Brites ministrou também o módulo Ética e Direitos Humanos. O módulo debateu a concepção e a história dos direitos humanos, bem como sua relação com o projeto ético-político e os desafios éticos na defesa desses direitos. Segundo Brites, o curso traz sempre a possibilidade do ‘novo’, que “é dado pela realidade concreta, em termos de reflexão crítica e exigências ético-políticas”.
O último e também fundamental módulo trouxe as questões referentes à Ética e Instrumentos Processuais e ficou a cargo da assessora jurídica do CFESS, Sylvia Terra. Um dos temas prioritários do módulo foi o ‘processo’ como instrumento de apuração de violação ética, numa perspectiva democrática. Neste debate, a turma deste ano foi a primeira a compartilhar das inovações do Código Processual de Ética (Resolução CFESS nº 660/2013) e do inédito Código Processual Disciplinar (Resolução CFESS nº 657).
“Os debates desse módulo visam a concretizar a dimensão da recomposição do direito violado; permitindo ao/à assistente social ter absoluta clareza de suas responsabilidades profissionais e da importância de sua conduta estar em conformidade com o Código de Ética e com os regulamentos processuais do Conjunto CFESS-CRESS, sempre no sentido da garantia de direitos”, analisa Sylvia Terra.
Avaliação
Ao final do curso, participantes avaliaram os módulos e as atividades. Segundo o presidente do CRESS-RJ, Charles Toniolo, o “Ética em Movimento é de extrema importância, pois cumpre o papel de qualificar assistentes sociais de várias regiões do país para que o Conjunto CFESS-CRESS possa cumprir um de seus principais objetivos: orientar e discutir a ética profissional, a conduta profissional e o exercício profissional da categoria”.
Para a conselheira do CRESS-CE, Luana Moreira, “o processo vivenciado no curso torna os/as participantes profissionais fortalecidos/as e mais seguros/as para a materialização dos princípios e valores apreendidos, nas ações dos CRESS e na atuação profissional nos mais diferentes espaços”.
Um aspecto importante do Ética para Agentes Multiplicadores/as, conforme seu próprio nome, foi a questão da multiplicação, abordada pela assistente social de base do Amapá, Adriene da Silva. “A multiplicação é agora nosso desafio e nos coloca uma grande responsabilidade, para que possamos levar as diferentes dimensões da ética, conforme os módulos aqui apresentados, à categoria em nossos estados”, afirma a profissional.
O curso é coordenado pela Comissão de Ética e Direitos Humanos do CFESS. Os/as participantes recebem um material didático, composto por quatro livros, que trazem o conteúdo dos módulos, bem como exercícios de fixação, propostas de filmes, e são voltados tanto para a formação quanto para subsidiar as multiplicações.
Após 64 horas de aula presencial, cada assistente social tem um prazo, acordado coletiva e democraticamente entre a turma e a CEDH/CFESS, para apresentar um projeto de multiplicação, que será apresentado e discutido com as diretorias dos CRESS e apreciado pela Comissão de Ética e Direitos Humanos do CFESS. Quem tiver interesse em participar deve procurar o CRESS/Seccional de sua região para se informar sobre as datas dos cursos de multiplicação, que são feitos em todos os estados.
*Fonte: CFESS

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