Mulheres camponesas ocupam Brasília

“A previdência é nossa, ninguém tira ela da roça”. Com essas palavras, diante do Ministério da Previdência Social, cerca de três mil mulheres camponesas reivindicaram a ampliação do salário maternidade para trabalhadoras rurais, de quatro para seis meses. Foi a primeira parada da caminhada que encerrou as atividades do 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC), que reuniu mulheres de 23 estados, representantes de outras organizações populares, feministas, sindicais, nacionais e internacionais da classe trabalhadora. A caminhada seguiu pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), nesta quinta-feira (21).

O CFESS, sempre articulado em defesa dos direitos da classe trabalhador e às lutas dos movimentos feministas, também participou, representado pelas conselheiras Sâmya Ramos e Marylucia Mesquita. Diversos movimentos feministas, como a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), as Loucas de Pedra Lilás e diversos fóruns estaduais de mulheres também fizeram coro à luta das trabalhadoras camponesas.

A mobilização, seguida por um ato político em frente ao Congresso Nacional, concluiu as atividades do Encontro, realizado na capital federal desde o dia 18 de fevereiro, e que reuniu trabalhadoras camponesas de vários estados brasileiros e de países da América Latina. O tema do encontro foi “Na sociedade que a gente quer, basta de violência contra a mulher”, tendo como enfoque uma das graves violações de direitos humanos vivenciada no Brasil, e também denunciada pela Campanha de Gestão do Conjunto CFESS-CRESS 2011-2014 (“Sem Movimento Não há Liberdade”).

A principal reivindicação do movimento foi a luta pelo fim da violência contra a mulher no campo, além do registro civil para as camponesas e em defesa da produção de alimentos saudáveis. “Precisamos de mecanismos para implementar a lei Maria da Penha para as trabalhadoras rurais. Queremos reforma agrária, políticas públicas de apoio à agricultura familiar”, bradou, do alto do carro de som que puxava a caminhada, uma das representantes do  MMC.

Ato Político
Após a caminhada, o movimento se concentrou no gramado do Congresso Nacional, momento em que a coordenadora da Comissão de Ética e Direitos Humanos do CFESS Marylucia Mesquita subiu ao carro de som, para se solidarizar com as mulheres trabalhadoras do campo e enfatizar que o Conjunto CFESS-CRESS e as/os assistentes sociais apoiam e se somam a essa luta.

“Bom dia, mulheres camponesas, lésbicas, bissexuais, negras, com deficiência, idosas, jovens, índias! O CFESS, os CRESS e a categoria de assistentes sociais fazem parte dessa luta contra a violência praticada contra as mulheres! Luta que está em sintonia com a nossa Campanha de Gestão, que tem o slogan “Sem Movimento não há Liberdade! Estamos juntas contra todas as expressões da violência: o racismo, a lesbofobia, o sexismo. A organização do MMC é fundamental para a luta da classe trabalhadora!”, exclamou a conselheira. Ao final, emocionada, convidou as/os presentes a gritarem juntas/os:  Sem movimento não há liberdade!

Para a professora de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e coordenadora de relações internacionais da ABEPSS, Mirla Cines, que participou do ato, a presença de assistentes sociais demonstra o compromisso ético da categoria com a classe trabalhadora. “Para nós, que lidamos cotidianamente com as expressões da desigualdade, a aliança com os movimentos sociais é fundamental para fortalecer a luta”, afirmou a professora.

Leia a Declaração final do 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas

*Fonte: CFESS

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