RESPOSTA À NOTA DE REPÚDIO DAS FUNCIONÁRIAS DO CRESS/RN – 14ª REGIÃO

  Viemos por meio desta carta nos posicionar perante a nota de repúdio divulgada pelas funcionárias do CRESS/RN 14ª Região, nesta segunda-feira, 08 de junho de 2015.

É com muita tristeza, porém com compreensão, que lemos a nota de repúdio. Estamos vivenciando tempos bárbaros, de exacerbação da violência, do individualismo, de ataques aos mais diversos tipos de direitos e de negação de valores fundamentais como a solidariedade – às pessoas e às lutas coletivas – o companheirismo e a capacidade de indignação frente a banalização da vida humana. Por isso,mais do que nunca, este tempo exige UNIÃO.

A gestão “Se o presente é de luta o futuro nos pertence” 2014-2017, assumiu a direção do CRESS/RN num contexto particular, onde não conseguimos eleger uma nova diretoria no período das eleições do conjunto CFESS/CRESS em maio de 2014, quando foi preciso realizar um novo processo eleitoral em novembro do mesmo ano, no qual essa gestão foi eleita.

Nossa posse ocorreu no dia 03 de dezembro de 2014. Uma posse tardia, com déficit de pelos menos 06 meses de ação para a nova gestão que assumiu a direção do CRESS. Portanto, a atual diretoria vem atuando durante apenas, exatamente, 06 meses, tempo este insuficiente para atendermos e darmos respostas a TODAS as demandas do CRESS.

O que motivou esse coletivo a ocupar a gestão do CRESS/RN foi a busca pelo fortalecimento político da categoria no nosso estado, uma vez que o enfraquecimento político do Conselho ressoa a nível nacional e local, a exemplo da primeira chamada para as eleições de 2014 que não atingiu o quórum. No processo de apropriação e conhecimento da dinâmica do CRESS, percebemos que o enfraquecimento da dimensão política era fruto também das urgentes e imensas necessidades de organização administrativo-financeira, o que tem causado impacto na gestão diante de tantas dificuldades (formalização da comunicação administrativa oficial, implementação de processos administrativos, formalização legal de todos os contratos, questões trabalhistas, organização da documentação, dentre outros).

Contudo, sempre nos colocamos a disposição para dialogarmos e construirmos um Conselho forte. Porém, como trabalhamos gerindo uma instituição pública – vale ressaltar, com ética e compromisso com a categoria e a sociedade – a burocracia faz parte desse processo para que possibilite uma transparência na gerência do dinheiro público e para que estejamos de acordo com a legalidade, na condução dessa instituição, o que muitas vezes faz com que os encaminhamentos, ainda que para demandas simples, não tenham a celeridade desejada.

No mês de abril, recebemos o CFESS com o objetivo de orientar as nossas ações e, neste momento, foi visto que era necessário realizar diversas mudanças na organização da instituição, inclusive, no que diz respeito à condução do acordo coletivo. Além do mais, diante de tantas demandas urgentes, o CFESS orientou que fosse prioridade absoluta da gestão a organização das informações físicas e do sistema (SISCAF) para padronização do cadastro e recadastro nacional, pois devido aos problemas encontrados no CRESS/RN se os mesmos não fossem solucionados poderíamos comprometer o processo nacional (ainda este ano haverá o recadastramento obrigatório nacional dos/as Assistentes Sociais do Brasil) e que devido a problemas nacionais este processo ainda não foi concluído, o que, também, implicou na demora ao atendimento das demandas do acordo coletivo, sendo exposto essa questão para as funcionárias. Vale ressaltar que colocamos como urgente, também, as negociações do acordo coletivo e a formulação do Plano de Cargos Carreira e Salário das funcionárias que, aliás, já deveria estar criado, mas como já frisamos em 6 meses não tivemos condições de apropriação completa da complexidade que é o CRESS nem de encaminhar todas as pendências históricas do Conselho.

É importante frisar que a luta dos/as Assistentes Sociais está vinculada à luta mais geral da classe trabalhadora e, em especial, aos/às profissionais que trabalham nos conselhos da categoria, a exemplo da luta pelas 30h/Semanais; As profissionais no CRESS/RN trabalham 30h, com exceção das categorias que tem uma jornada de 20h/Semanais.

Estamos tendo um trabalho árduo, para tentarmos dar conta dessas demandas. Muitas vezes nos disponibilizando a ficar dias inteiros ou em reunião, ou em expediente (NÃO REMUNERADO) para encaminhar as resoluções das demandas, semanas ocupadas para resolução de problemas (muitos deles que até agora não conseguimos resolver). Ou seja, dedicando um tempo ao CRESS que é duramente extraído da nossa vida cotidiana, na qual trabalhamos, estudamos, temos famílias e diversos outros compromissos como as próprias profissionais do CRESS e todos/as os/as Assistentes Sociais!!!!! Toda essa dedicação é pela militância, pelo compromisso político, pela fé e esperança que assumimos de fortalecimento deste Conselho, pela nossa categoria profissional e pela defesa de direitos!!!

Toda essa explicação é importante para situar a condição dessa atual gestão. Muitos problemas, inclusive os relativos às demandas das profissionais do CRESS/RN, vem se estendendo há várias gestões e não foram resolvidos não por falta de compromisso das gestões anteriores, vale frisar! Mas porque são questões complexas e que por diversos fatores ainda estão pendentes.

Em nenhum momento a atual gestão se negou a dialogar. Já realizamos reuniões para discutirmos as demandas desses profissionais. Sobre a data base, estamos providenciando e nos organizando (estudando o acordo, buscando assessoria e etc.) para analisarmos o que é melhor para as profissionais, porém dentro da realidade das condições financeiras limitadas do CRESS/RN. Estamos, atualmente, com inadimplência de mais de 50% e isso interfere diretamente nos encaminhamentos e atendimento das demandas postas a este conselho, inclusive as demandas trabalhistas.

Porém, respeitamos a atitude das nossas funcionárias. Desde já reforçamos que a atual gestão do CRESS/RN não está fechada ao diálogo e esperamos que JUNTAS, possamos construir um CRESS fortalecido, comprometido com ideais políticos emancipatórios e com os interesses da classe trabalhadora.

Nesse sentido, entendemos que as reivindicações das funcionárias do CRESS são também nossa luta e defendemos a importância da discussão democrática das questões apresentadas para pensarmos em estratégias de concretização, compreendendo que o fortalecimento da classe trabalhadora repercute na qualidade dos serviços prestados aos/às Assistentes Sociais.

                                                                                                                                 Natal/RN, 10 de junho de 2015.

 

Atenciosamente,

Diretoria CRESS/RN 14ª Região – Triênio 2014/2017

“Se o presente é de luta o futuro nos pertence”

“É uma só voz, é você, somos nós!” Secciona

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