“O uso da violência política permitiu ao regime construir um Estado sem limites repressivos. Fez da tortura força motriz da repressão no Brasil. E levou a uma política sistemática de assassinatos, desaparecimentos e sequestros”. Este é apenas um trecho do relatório de um ano de trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV),divulgado no último dia 21 de maio de 2013. A CNV foi criada pela Lei 12.528/2011 e instituída em 16 de maio de 2012, com a finalidade de apurar graves violações de direitos humanos ocorridas no período da Ditadura Militar.
Durante os anos de repressão, vários sujeitos, numa histórica trajetória de lutas sociais, sofreram tortura e morreram em defesa da liberdade, da justiça social e da revolução. Muitos ainda estão desaparecidos. Por isso, resgatar essa história é necessário, não só para que não se percam as conquistas frutos dessas muitas lutas e resistências, mas também para a mudança do presente e do futuro.
Por esse motivo, o CFESS lança neste mês de maio de 2013 o projeto “Serviço Social, memórias e resistências contra a Ditadura Militar”, que vai retirar do anonimato e coletar depoimentos de assistentes sociais que vivenciaram histórias de violações de direitos em função da Ditadura.
Resultado das deliberações do eixo Ética e Direitos Humanos do 41º Nacional CFESS-CRESS, e impulsionado pela Campanha de Gestão (2011-2014) “Sem movimento não há liberdade”, o projeto tem como uma de suas finalidades a organização dos depoimentos de assistentes sociais em um livro, que será entregue à Comissão Nacional da Verdade, em 2014.
“Contribuir para a ruptura do anonimato e da invisibilidade das pessoas que vivenciaram as inúmeras facetas da desigualdade e da opressão é uma necessidade histórica em tempo de luta e resistência. O Serviço Social pode contribuir muito para a denúncia e registro da memória histórico-crítica às gerações que não vivenciaram o terror, a dor e a profunda violação de direitos humanos que foi o período da Ditadura”, afirma a coordenadora da Comissão de Ética e Direitos Humanos do CFESS (CEDH), Marylucia Mesquita. Para o conselheiro da CEDH Maurílio Matos, “Serviço Social, memórias e resistências contra a Ditadura Militar”contribuirá para que não só a categoria e estudantes de Serviço Social, mas toda a sociedade conheça assistentes sociais que lutaram pela liberdade e democracia no país. “Nosso valores e princípios que orientam nosso Código de Ética são resultados desses movimentos emancipatórios”, completa.
Outro ponto interessante do projeto é que este reunirá, nesta página, dicas de livros e vídeos que abordem o tema.
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