Tráfico de pessoas tem origem na exploração capitalista

Julho é o mês dedicado à campanha internacional Coração Azul, sendo 30/07 considerado o Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas. A busca pela realização de um sonho faz com que muitas vítimas apostem tudo o que têm à procura de melhores condições e sejam captadas por quadrilhas especializadas.

De acordo com dados do Ministério da Justiça, entre 2000 e 2013, 1.758 brasileiras/os foram traficadas/os. Mas o número pode ser muito maior que o oficial, considerando, por exemplo, as informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública: somente em 2018, 80 mil brasileiras/os sumiram sem deixar vestígios. A cada dia, 226 pessoas desaparecem no Brasil.

Neste mês, o Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou um acordo com a Infraero para orientar profissionais de aeroportos sobre como reconhecer e alertar as autoridades sobre o crime de tráfico humano. De 2014 até 2020, o MPT recebeu 1.496 denúncias de aliciamento e tráfico de trabalhadoras/es no país.

Para o Conjunto CFESS-CRESS, o tráfico humano é entendido como resultado das sociedades de classe, considerando que o capital em si produz diversas formas de violência, estruturando-se a partir da dominação e exploração. As/os não inseridas/os no mercado de trabalho vão ao exército industrial de reserva, lugar que é prioritariamente ocupado por negras/os.

O sistema capitalista converte as pessoas em mercadorias e, portanto, as transforma em coisa, como parte do negócio. O tráfico de seres humanos, portanto, apresenta uma tripla face, cujos elementos se interligam: trabalho forçado, remoção de órgãos e de tecidos e exploração sexual.

O combate ao tráfico de pessoas exige esforços do poder público de forma multissetorial, informação para as eventuais vítimas e atenção de pessoas próximas para acionar as autoridades em caso de suspeita. Além disso, somente com acesso às políticas públicas essenciais, as pessoas vítimas de tráfico poderão encontrar outras alternativas para viver, com emprego, saúde e educação.

Denúncias: Disque 100

*Com informações do CFESS e Correio Braziliense

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