A ocupação militar no Haiti, comandada pelas tropas brasileiras do Exército, completou onze anos neste 1º de junho. A Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (Minustah) foi iniciada a partir de decisão da Organização das Nações Unidas em 2004.
Mas esta não é uma data para ser lembrada com orgulho pela população brasileira. Muito ao contrário disso, é um marco que acaba por envergonhar o Brasil, em função de representar o início de um processo violento e aviltante à soberania do povo haitiano.
Longe de se constituir numa atitude humanitária, como querem fazer crer as notícias veiculadas na imprensa brasileira, a presença de tropas militares brasileiras no Haiti é apenas a “ponta de um iceberg”, que camufla um conjunto de interesses políticos e econômicos dos governos e do empresariado brasileiro, gerando graves consequências para a população do Haiti.
“Mais de dez anos já se passaram, as condições sociopolíticas e econômicas do Haiti se agravaram com o terremoto de 2010 e o Brasil se mantém firme em seus propósitos originais, embora o cenário internacional não aponte para qualquer êxito em relação a isso. E mais: assiste-se ao governo Federal cortando gastos em várias áreas essenciais do orçamento, sem mencionar qualquer revisão em relação aos valores empenhados nesta missão militar, que não reverbera em absolutamente nada de favorável para a população brasileira, que “paga esta conta” e, muito menos, para a população haitiana” diz trecho do CFESS Manifesta elaborado para o tema.
*Fonte: CFESS