VI Seminário Nacional PROCAD reafirma compromisso com as lutas sociais

A Universidade Federal do RN (UFRN), por meio do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social (PPGSS), sediou o VI Seminário Nacional PROCAD, na quinta (12) e sexta-feira (13). Durante o evento, docentes e estudantes que representam o projeto pela UNB, UERJ e UFRN reafirmaram o compromisso com o pensamento crítico e a teoria marxista.

A programação aconteceu com minicursos, palestras e reunião de planejamento. Na tarde da quinta (12), a mesa de abertura contou a participação das/os professoras/es coordenadoras/es do PROCAD nas universidades: Andréa Lima (UFRN), Evilásio Salvador (UNB) e Elaine Behring (UERJ).

Também participaram da abertura o professor Henrique Wellen (coordenador da Pós-Graduação em Serviço Social), a aluna Ana Lima (estudante do Mestrado em Serviço Social) e a diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Lussieu da Silva, todos da UFRN. A mesa foi coordenada pela profª Ilka Lima e o estudante João Victor Gomes.

Em sua fala, o profº Evilásio Salvador definiu o PROCAD como um projeto coletivo que discute basicamente a crise do capital e o fundo público, envolvendo quase 30 docentes e bolsas de pesquisa. “É um profundo intercâmbio entre as universidades”, afirmou. “Nós temos buscado qualificar teoricamente a natureza da crise, pautar as lutas sociais e o debate em torno do fundo público dentro da teoria crítica e do marxismo”.

Para ele, é uma honra assumir tal postura, apesar da resistência em torno do projeto. “São livros produzidos, coletâneas organizadas e a certeza do legado desse projeto na reafirmação do projeto étipo-político e no fortalecimento da pós-graduação”, disse.

A professora Elaine Behring ressaltou que o PROCAD rompe com a lógica do produtivismo e do isolamento e coloca docentes e estudantes em circulação pelo país. “É um prazer participar do projeto ao lado de companheiros tão importantes, porque é desta coletividade que saem as grandes reflexões”, lembrou. “Nesta conjuntura de cortes de recursos e bolsas, ou derrotamos o que está posto ou viveremos uma hipoteca do futuro”.

Andréa Lima destacou a satisfação em ver o auditório lotado, principalmente em tempos de crise. “O governo quer esvaiar o pensamento crítico e a perspectiva marxista, que é tão cara ao Serviço Social”, criticou. “O PROCAD é fruto de resistência desde que nasceu, e eles não vão conseguir nos destruir”. A professora dedicou a realização do seminário à assistente social Marylúcia Mesquita, fazendo referência à campanha do Setembro Amarelo, mas criticando que precisemos de uma cor para lembrar das “nossas tragédias sociais”.

Em sua saudação, o profº Henrique Wellen disse que o evento se faz muito importante não só para a formação, mas pela forte simbologia política. “Vemos no PROCAD uma grande perspectiva de profundidade teórica”, afirmou. “O programa se baseia na discussão marxista, na análise da retirada de direitos e a vinculação disso com o capital financeiro, por isso merece ser respeitado também no seu caráter científico”, destacou. Para ele, é inaceitável que se rejeite o direito a estudar o marxismo. “Marx foi um dos maiores cientistas que o mundo já viu”.

A estudante Ana Lima também falou da importância do evento dada a conjuntura. “Todos os dias a gente tem medo de ver as notícias falando de novos cortes, contingenciamentos, de ver nossos editais serem abertos sem perspectiva de bolsa, limitando o acesseo à pós-graduação”, desabafou. A mestrada lembrou de Bacurau e disse que, assim como a comunidade do filme, a universidade precisa ser um foco de resistência e se organizar.

Por fim, a diretora Lussieu da Silva parabenizou a coordenação dos cursos de gradução e pós em Serviço Social pelo evento e destacou que a temática se mostra bastante pertinente, tendo em vista a discussão da crise do capital em um momento em que precisamos compreender a realidade. “Esta crise tem desdobramentos sobre o trabalho e as políticas públicas, que são campos que interessam muito às Ciências Sociais Aplicadas e particularmente ao Serviço Social”.

Mais atividades

Durante a manhã da quinta-feira, o seminário ofereceu minicursos às/aos participantes, de forma simultânea:

– A questão racial no contexto do capitalismo contemporâneo (Profª Ana Paula Procópio – UERJ);
– Crítica da pobreza no capitalismo com base na teoria valor-trabalho de Marx (Profª María Fernanda Escurra – UERJ);
– Contrarreforma da Previdência em tempos de ajuste fiscal permanente (Profª Juliana Fiuza – UERJ);
– Implicações do ajuste fiscal para a Seguridade Social (Profª Sandra Teixeira).

À tarde, após a mesa de abertura, o seminário contou com a palestra “Expropriação dos direitos, conservadorismo e lutas sociais no contexto de ajuste fiscal permanente e de contrarreformas”, com Elaine Behring e a profª Ivanete Boschetti (UFRJ), sob a coordenação da profª Silvana Mara e a estudante Fernanda Nascimento (UFRN).

Na sexta-feira de manhã, foi a vez da palestra “Desmonte da Seguridade Social e da Educação no Brasil Contemporâneo”, com os professores Zéo Palmeira e Maria Arlete Duarte (UFRN) e Evilásio Salvador, sob a coordenação da profª Rita de Lourdes de Lima e da estudante Maria Clara Alves (UFRN). Após o debate, Rita de Lourdes foi homenageada pela sua aposentadoria e pela contribuição ao longo dos últimos anos à Universidade e ao Serviço Social.

  1. Confira aqui o álbum completo de fotos do evento
  2. Assista à palestra “Expropriação dos direitos, conservadorismo e lutas sociais no contexto de ajuste fiscal permanente e de contrarreformas”
  3. Assista à palestra “Desmonte da Seguridade Social e da Educação no Brasil Contemporâneo”

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